encontrou um jeito insosso, pra não ser de carne e osso

encontrou um jeito insosso, pra não ser de carne e osso

domingo, 13 de março de 2011

Amor vem de olhar para a pessoa por tantos anos e saber que a sua vida não seria nada sem ela. Paixão vem de olhar para a pessoa por alguns meses e saber que só irá acontecer com ela.
Não entendo muito de pessoas românticas, eu sou uma pessoa sonhadora, então talvez eu não veja as coisas da mesma forma como muitos de vocês. Não atribuo amor a um namorado, acredito que existem várias formas de amar, e acredito também que amar sem restrições é uma das formas mais puras que conheço. Eu mesma, ainda tenho sentimentos pelo meu primeiro amor, que conheci aos quatorze anos. Mesmo seguido por ódio, tenho certeza de que foi verdadeiro, do contrário não lembraria. Não entendo muito de amor, só do que eu sinto, ou quero sentir.

terça-feira, 8 de março de 2011

Thereza

Thereza disse objetivamente que não queria que eu pusesse se quer um pé em sua casa. Foi claramente frígida ao dizer que sou mal educada e que estrago até mesmo as flores do jardim. Mas isso foi apenas uma prévia.
Thereza desconhece as regras básicas de convívio, como tocar a campainha e esperar até que alguém a atenda. Nessa vez ela queria que a conversa fosse somente entre mim e ela. Esperou que minha mãe saísse para uma reunião, pois se ela estivesse em casa é claro que Thereza não se atreveria a me falar aquelas coisas.
Eram 20h e eu estava assistindo uma novela qualquer, pra ser exata eu estava assistindo Rebelde, rs. Ela entrou devagarzinho, pé ante pé e sentou-se no sofá. Não fiz questão de olhar para ela. Não tirei os olhos da televisão, eu via as imagens mas não compreendia mais nada.
Thereza então deu início ao monólogo. Ela falou, falou e falou durante uns 15 minutos. Tive vontade de chorar. Não é que eu me contive, não foi isso. Eu não quis chorar simplesmente por uma dúzia de minutos de insultos vindos de uma pessoa insípida que desconhece qualquer tipo de sentimento. Eu senti desprezo. Na verdade foi isso que senti. Fiquei com mil palavras trancadas na garganta. E pra quê dizê-las? Não disse nada. Não fui ao menos monossilábica. Não lhe disse nada.
Entendi o recado. Não era para ir a sua casa. Não fui.
Ela pensou que eu fosse daquelas que em meia hora teria esquecido tudo. Ah.
Me chamava para pegar as cartas, as contas, as revistas. Eu não olhava.
Teve um dia que ela quis criar caso, foi o ápice da santa paciência. Ela até chorou. Disse que eu não poderia viver com mágoa no coração, que eu não seria nada se vivesse com rancor. Thereza, coitada, estava falando sobre si mesma. 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Eu fiquei aqui te esperando, de pé, observando o nada que também estava aqui esperando alguém. Tudo que eu conseguia compreender eram os pássaros na sacada de uma casa bem velha, onde o nada não existia ainda. Onde nos escondíamos desse mundo caótico, em um refúgio oposto, com luzes brancas que refletiam seus olhos nos meus. Eu conseguia ver seu lado interno, eu conseguia esquecer um pouco de mim. 

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ontem eu me apaixonei

Pois é, estranho não é mesmo?! Ontem eu simplesmente li meia dúzia de palavras e me peguei apaixonada. Pensei: poxa, estou nessa de novo? Eu não tinha mais a mínima ideia do que fazer. É quando eu fico ensaiando mil caras na frente do espelho, mil diálogos que só existirão na minha cabeça, e fico pensando no que poderemos fazer daqui há um mês, daqui há cinco, no próximo ano. Fico tentando encontrar o melhor ângulo. Pura bobagem. No final, acabo rindo de mim mesma. Mas não tem problema, porque ele faz parte de mim, e eu dele.
Vou contar uma coisa: Não é a primeira vez que me apaixono. E não vai ser a última. Mas pode ser sim, a última pessoa pela qual vou me apaixonar, todos os dias, para sempre. Posso sim me permitir pensar que vou entrar em nossa casa e ver nosso porta-retrato todos os dias, que ele vai me encontrar e me dar um beijo na testa, que vou encostar a cabeça em seu peito e descansar o coração.
Sei o que é gostar de alguém quando apenas um sorriso é a solução. 
Que é pra ficar do lado, pra não falar nada, pra ouvir o que eu não digo, mas pra sentir o que eu sinto. Pra ficar junto, pra ser incerto, sem pressa. Sempre, sempre, depois.
Pra ficar perto, pra ficar pra depois. Pra começar, recomeçar.
Que nunca vai ser tarde pra voltar, porque nunca vai acabar.
Que é pra lembrar como é ter alguém.