encontrou um jeito insosso, pra não ser de carne e osso

encontrou um jeito insosso, pra não ser de carne e osso

sábado, 31 de outubro de 2009

eu gostaria

de poder me desculpar por tudo, sem exageros, apenas pedidos de desculpa.
eu lastimo muito ser assim, tão fraca, tão miserável a respeito dos meus sentimentos,
e não há nada que eu possa fazer ou dizer que faça mudar isso.

domingo, 25 de outubro de 2009

queria ter uma parede de tijolos longe daqui, longe de tudo e todos. seria a minha parede. uma pequena parede, entre dois grandes muros, separados por apenas um metro e meio de distancia, ou menos talvez. e então você se pergunta qual seria a razão dessa minha obcessão por paredes, muros, becos; eu não sei. eu não sei por que eu gosto disso. eu fantasio o dia em que eu irei morar no brooklyn, ter a minha própria escada, o meu própriosegundo degrau, a minha caixa de correio, a minha capa de chuva, as botinhas e o guarda-chuva amarelo. o dia em que eu irei fazer as coisas do meu jeito, do jeito que eu sempre quis.
qual a finalidade de ter uma escada, um casaco e guarda-chuva, um beco e morar no brooklyn? eu também não sei. é apenas um desejo pessoal, assim como você deve ter os seu, acredito eu.
se fosse possível também passaria algum tempo na segunda guerra mundial, imagino a expectativa de permanecer viva durante os próximos trinta segundos, de estar em meio aos destroços
, as almas, as cinzas, ao nada.
tornar-me a fiel confidente do entregador de pizza, você sabe, eu adoro contar essas histórias à um desconhecido. eu confio bem mais em pessoas que eu ví três ou quatro vezes do nas com quem eu convivo. me parece mais fácil, mais seguro. porque talvez eu nunca mais as veja, e assim seria como se eu nunca tivesse revelado nada.
conhecer um garoto em uma biblioteca, apaixonar-me talvez; eu consigo passar horas imaginando essa cena, é tão confortável, interessante. eu me prendo aos detalhes, aos dialogos que eu mesma crio, e que eu sei que nunca irão existir, nem ao menos nos meus sonhos.
manter uma identidade falsa. verônica, virgínia, eu não sei. criar uma história e usá-la como se fosse minha. a minha história.
ter mil casos; cada qual diferente dos outros, excitantes, empolgantes e misteriosos.
uma construção, eu já falei sobre isso? acredite, construções mexem muito com a minha imaginação (6'
casas velhas, antigas, do século passado, de fato são as minhas preferidas. casas contam histórias, guardam segredos, casas, casas..
adoro espiar casas, buraquinhos de fechadura sem dúvida me atraem ;

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

- é essa impressão que você quer deixar para eles, menina?

ouvi isso pelo menos umas cinco vezes hoje.

por acaso alguém nasce pra deixar impressões? :x

o que há é personalidade para ser você mesma perante à situações em que lhe forçam a ser no mínimo agradável para não notarem a tua total apatia.

seria adorável que pudesse se dizer: ‘oi, eu não fui com a sua cara, para de falar comigo’, ainda bem que existe a opção ‘bloquear contato’, é péssimo ter que dizer isso diretamente à alguém, mas o fato é que é necessário, pelo menos no meu caso.

Tudo o que eu queria é um beco, queria estar em um beco agora, um pequeno refúgio, e de fato não é, literalmente você está sem saída. você não vai ter para onde escapar. talvez você nem queira escapar, talvez não precise, talvez não seja esta a razão pela qual você esconde-se lá. eu admiro o prazer de estar sem saída. é empolgante, quando me dou por conta estou com os nervos borbulhando, inteiramente tensa, e propensa a qualquer atitude. ofegante. e as reações nunca são claras, não o suficiente.